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Qual a sua relação com o trabalho?

Trabalhe com o que você ama e nunca mais precisará trabalhar na vida

O vínculo que a humanidade estabeleceu com o trabalho se transformou ao longo dos séculos. Nos últimos anos, a relação com nossas profissões passou por uma flexibilização iniciada pelos avanços tecnológicos e foi acelerada pela pandemia, em que as atividades laborais invadiram as nossas casas sem bater na porta. Mas essas mudanças nos tornaram flexíveis em relação ao trabalho?

As transformações com esse relacionamento ao longo do tempo impedem que uma ideia cunhada há milhares de anos e creditada ao filósofo chinês Confúcio seja válida nos tempos atuais. O pensamento era de que devemos escolher um trabalho que gostamos, pois isso faria com que não tenhamos de trabalhar nem um dia da nossa vida. Em pleno século 21 a ideia parece desbotada.

Em um mundo em que nos é demandada a produção máxima e o descanso mínimo, tornou-se impossível encontrar a plenitude por meio de uma única atividade, seja ela qual for. Trabalho deve ser encarado como trabalho, não como sinônimo de prazer. Nenhum trabalho tem só dias felizes a ponto de anular períodos mais difíceis. Vivemos em um país em que quase 12% das pessoas estão desempregadas, e outras 40% trabalham na informalidade. A ideia também parece elitizada, pois são poucos os que conseguem um trabalho que faça sentido aliado a uma renda digna, sem causar exaustão e necessite de dedicação excessiva à atividade.

A origem da palavra trabalho remete ao latim tripalium, termo que designa um instrumento de tortura. Ele não deve ser uma tortura, isso se chama escravidão, tampouco deve ser encarado como uma diversão.

A tentativa de incutir uma relação incondicional com o trabalho nas pessoas fez surgir a expressão workaholic, aquele que só pensa em trabalhar. O que antes podia ser visto como uma virtude, hoje é enxergado de maneira distinta.

O processo que levou alguns a se viciarem em trabalhar surgiu com a romantização do trabalho. Afinal, ele dignifica o homem, segundo o ditado. Ou, para os religiosos, Deus ajuda quem cedo madruga. Como se a nossa produção profissional nos definisse como pessoas. Não somos aquilo que produzimos. Somos muito mais complexos do que isso.

A sensação de bem-estar nunca será alcançada quando vivemos por meio de apenas uma atividade. Assim como na maioria dos aspectos do cotidiano, a peça-chave é conseguir encontrar o equilíbrio entre os diversos setores da vida. É um constante exercício de malabarismo para deixar balanceada as atividades profissionais, o lazer e a saúde, aqui no sentido amplo, levando em conta questões físicas, emocionais e mentais.

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