A psicoterapia, processo desenvolvido por profissionais da psicologia possui diferentes formas de abordagem que influenciam a dinâmica dos encontros. Cada abordagem traz métodos e técnicas específicas, que orienta a interação entre psicoterapeuta e paciente. Conheça as principais abordagens:

Terapia Cognitivo Comportamental

Aaron Beck é o precursor da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que se baseia na inter-relação entre cognição, emoção e comportamento. Essa abordagem sustenta que nossas emoções e comportamentos são influenciados pela maneira como interpretamos a realidade. Na TCC, técnicas cognitivas e comportamentais são utilizadas de forma integrada. O objetivo do tratamento é promover a flexibilidade cognitiva por meio da conscientização que o paciente adquire sobre seu funcionamento. A relação entre psicoterapeuta e paciente é colaborativa, focando na análise e interpretações de respostas automáticas, incentivando a tomada de decisões de forma consciente.

Sistêmica

Vários teóricos contribuíram para o desenvolvimento da Terapia Sistêmica, sendo Murray Bowen um dos precursores. Essa abordagem considera que o indivíduo é parte de sistemas maiores e complexos, como a família, grupos de amigos ou comunidades, nos quais ele influencia e é influenciado pelos demais membros. O foco da Terapia Sistêmica não está apenas nos indivíduos, mas nas relações e contextos que contribuem para os problemas, reconhecendo que a mudança em um membro do sistema pode impactar todo o grupo. A ênfase está na dinâmica das relações e na compreensão dos padrões de comunicação que ocorrem nessas inter-relações.

Psicanálise

Freud é reconhecido como o pai da Psicanálise, que ele definiu como a “cura pela fala”. Uma das premissas fundamentais dessa abordagem é a presença do inconsciente, que contém pensamentos, sentimentos e memórias inacessíveis à consciência, mas que influenciam o comportamento e a experiência do indivíduo. As sessões buscam por meio da técnica da associação livre, encorajar o paciente a verbalizar livremente seus pensamentos, permitindo que o terapeuta realize análises e interpretações dos conteúdos emergentes.

Behaviorismo

Skinner é um dos precursores do Behaviorismo, uma abordagem teórica que se concentra na análise do comportamento humano. Essa perspectiva considera o comportamento como uma resposta aos estímulos do ambiente, enfatizando a importância das interações entre o indivíduo e seu contexto. A Análise do Comportamento busca identificar e analisar as contingências que afetam o comportamento, visando modificar interações disfuncionais. O objetivo é promover a solução de problemas, o desenvolvimento de novas aprendizagens e a ampliação do repertório comportamental do indivíduo.

Humanismo

Carl Rogers é um dos principais precursores da Terapia Humanista. A abordagem é centrada na pessoa e parte do princípio de que todos os indivíduos possuem uma capacidade inata para o crescimento pessoal e a autoatualização. A Terapia Humanista enfatiza a importância de compreender profundamente como o indivíduo se sente em relação a si mesmo e ao mundo ao seu redor, sendo ele próprio o agente de mudança e crescimento. A ênfase está em assumir responsabilidade por suas escolhas e ações, promovendo um aumento de autonomia e autenticidade.

Todas as abordagens contribuíram de maneira significativa para o desenvolvimento da psicologia. Muitas ainda sustentam nos dias de hoje seus pressupostos teóricos básicos, mas inúmeros estudos contribuíram para a evolução delas ao longo dos anos. Elas também serviram como base para a criação de novas abordagens teóricas.

Algumas são mais indicadas para determinadas demandas, pois influenciam diretamente no modo como o terapeuta conduz o tratamento. Por isso, a escolha da abordagem deve ser alinhada às necessidades e características do paciente e do que ele espera do processo terapêutico. Essas bases teóricas, orientam a maneira como o psicólogo compreende e intervém nas sessões. Outro fator relevante é a aliança terapêutica. Estudos indicam que a qualidade da relação entre psicoterapeuta e paciente, caracterizada por confiança, empatia, respeito e colaboração, é um forte preditor de resultados positivos na terapia.